A ideia dos posts intitulados “Reflexão” é fazer com que, a partir de um texto ou excerto, eu e você que está visitando o blog destinemos alguns minutos (ou mais) do nosso dia para olhar para dentro ou para o mundo e pensemos.
Inaugurarei essa proposta com um trecho do maior poeta brasileiro (e talvez do mundo) na minha opinião, Carlos Drummond de Andrade.
“Escuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa,
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida,
mais tarde será o de amor.”
Excerto de Nosso Tempo, Carlos Drummond de Andrade em A Rosa do Povo.
Gênio é gênio e não há nada que os pobres mortais possam fazer. Urbano até o último ponto. Você sabe de que ano é este poema?